A Meta, controladora das redes sociais Facebook, Instagram e WhatsApp, iniciou, nesta segunda-feira (10), uma nova rodada de demissões que pode afetar até 3.600 funcionários em diversos países. A decisão, que já vinha sendo discutida na mídia internacional, foi confirmada pelo site Business Insider. As notificações de demissão começaram a ser enviadas a colaboradores nos Estados Unidos, Europa e Ásia, com o processo de corte, de acordo com a empresa, sendo baseado no desempenho dos funcionários.
Esse movimento vem na esteira de um anúncio feito em janeiro por Mark Zuckerberg, CEO da Meta, que revelou planos de reduzir cerca de 5% do quadro de funcionários globais da empresa, o que representa aproximadamente 3.600 vagas. Embora parte dessas posições venha a ser ocupada por novos contratados, o foco será na saída daqueles considerados de “menor desempenho”. A Meta não especificou se haverá cortes no Brasil, e afirmou que não comentará mais detalhes sobre o assunto.
O memorando, que foi divulgado pela agência Reuters e assinado por Janelle Gale, chefe de pessoal da Meta, detalha que os cortes ocorrerão entre os dias 11 e 18 de fevereiro, com uma exceção importante para países da Europa. Trabalhadores de nações como Alemanha, França, Itália e Holanda não serão afetados pelos cortes devido às rígidas regulamentações locais que protegem os colaboradores de demissões em massa.
A Meta segue tentando manter sua posição no mercado enquanto realiza ajustes em sua estrutura. A empresa tem adotado uma estratégia de "contratação acelerada" para atrair novos talentos, principalmente na área de engenharia. O vice-presidente de Engenharia para Monetização, Peng Fan, destacou que a Meta está à procura de engenheiros especializados em aprendizado de máquina (machine learning). A busca por profissionais nesta área crítica será intensificada entre 11 de fevereiro e 13 de março, com a Meta buscando reforçar ainda mais suas operações com o foco em inovação tecnológica.
A nova onda de cortes vem em um momento de crescente pressão sobre as grandes empresas de tecnologia para ajustarem seus custos operacionais, especialmente após os excessos de contratações realizadas durante a pandemia. Muitas dessas empresas, que haviam ampliado suas equipes para atender à demanda gerada pelo aumento do uso de seus serviços durante o isolamento social, agora enfrentam um cenário de desaceleração econômica e uma diminuição nos investimentos publicitários.
O processo de reestruturação da Meta também reflete um movimento mais amplo no setor de tecnologia, onde outras grandes empresas, como Amazon, Google e Microsoft, também anunciaram cortes de vagas, como parte de uma tentativa de adequação ao novo cenário econômico global. O mercado de tecnologia, que havia se beneficiado do boom da pandemia, agora vive um período de reavaliação e ajuste, com várias empresas se reposicionando para garantir uma operação mais eficiente e sustentável.
Enquanto isso, os colaboradores da Meta têm expressado apreensão com relação ao impacto dessas demissões em suas vidas profissionais. Embora a Meta tenha se comprometido a oferecer pacotes de compensação para os funcionários afetados, o clima de incerteza persiste. Muitos trabalhadores já demonstraram preocupação com a falta de transparência no processo de seleção para os cortes e o impacto emocional gerado pela expectativa de uma demissão iminente.
A Meta, que no passado se destacou por sua política de remuneração generosa e benefícios robustos para seus empregados, agora enfrenta um desafio duplo: ajustar sua operação a um novo cenário econômico e manter a moral da equipe em um momento delicado. A empresa tem se concentrado em áreas específicas, como o desenvolvimento de novas tecnologias de inteligência artificial, enquanto tenta preservar os postos de trabalho mais estratégicos.
No geral, o futuro próximo da Meta é de incerteza para muitos de seus funcionários, com as demissões sendo um reflexo da necessidade da empresa de se adaptar ao novo contexto econômico e de mercado. A Meta, ao mesmo tempo, busca reforçar áreas de alta demanda, como a inteligência artificial, o que pode garantir o crescimento da empresa em um mercado cada vez mais competitivo. O desfecho desse processo será fundamental para definir os rumos da gigante da tecnologia nos próximos anos.
