O deputado federal Eduardo Bolsonaro, em uma carta publicada nas redes sociais, criticou duramente as recentes ações dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, ao expor uma realidade contraditória sobre a situação política no Brasil. O conteúdo da carta, dirigida ao advogado colombiano Pedro Vaca, trouxe à tona uma série de alegações sobre os atentados à liberdade de expressão e o abuso de poder no país, desmascarando o que Bolsonaro considera uma tentativa de vender uma imagem de normalidade democrática.
Eduardo Bolsonaro revelou que, enquanto os ministros do STF apresentavam uma versão otimista sobre a democracia brasileira, ele mesmo estava sendo intimado pela Polícia Federal (PF) sob as ordens de Moraes, por causa de palavras que ele proferiu na tribuna da Câmara dos Deputados, utilizando sua imunidade parlamentar. O motivo do processo administrativo contra ele seria uma denúncia que fez sobre abusos na condução de inquéritos realizados por um delegado da PF, identificado como Fábio Shor. Segundo Bolsonaro, Shor teria violado direitos humanos, perseguido opositores do governo e até mesmo sido suspeito de fraudar documentos para incriminar adversários.
Bolsonaro destacou que essa denúncia não é um mero discurso político, mas que já está sendo investigada pelas autoridades dos Estados Unidos. O deputado também relatou que, devido a essa denúncia, outros parlamentares, como Cabo Gilberto e Marcel Van Hattem, passaram a ser investigados, sendo que Van Hattem chegou a ser indiciado sem sequer ser ouvido. Além disso, o ex-assessor internacional do presidente Jair Bolsonaro, Filipe Martins, também se viu vítima desse sistema, sendo preso sem acusação formal e sofrendo perseguições durante mais de seis meses.
No texto, Bolsonaro questiona como um país pode se considerar democrático quando seus representantes não podem sequer exercer a liberdade de expressão dentro do próprio Congresso. Ele argumenta que no Brasil atual, os parlamentares não têm liberdade para debater ou criticar o Executivo sem sofrer represálias, e que a verdadeira vítima desse sistema é aquele que denuncia os abusos, não quem os comete. Ele também chama a atenção para o fato de que a perseguição a opositores e a tentativa de calar a voz da oposição no Brasil se assemelha a regimes autoritários como os de Ortega, na Nicarágua, e Maduro, na Venezuela.
A carta de Eduardo Bolsonaro, além de acusar os ministros de Moraes e Barroso de enganar a comunidade internacional, foi uma tentativa de alertar Pedro Vaca, advogado colombiano e relator da Organização dos Estados Americanos (OEA), sobre a grave situação que ele considera ser uma violação das liberdades no Brasil. Bolsonaro se mostrou indignado com a tentativa de minimizar os abusos cometidos pelas autoridades brasileiras, acusando os ministros do STF de desinformar Vaca, entregando-lhe uma narrativa que, segundo ele, mascara os crimes e violações contra cidadãos brasileiros.
A situação de Filipe Martins, a prisão arbitrária sem acusação e a falta de liberdade para expressar opiniões dentro do Congresso Nacional foram apresentados como exemplos de um sistema democrático que estaria mais distante da realidade do que se imagina. Bolsonaro também fez questão de frisar que a narrativa que os ministros tentam passar ao mundo, sobre um Brasil democrático e de direitos, é uma tentativa de enganar a comunidade internacional, enquanto abusos e perseguições continuam a acontecer no país.
Essa carta e suas acusações vêm em um momento de crescente tensão política no Brasil, com a oposição e membros do governo se enfrentando em questões delicadas sobre o rumo do país. A repercussão desse documento certamente ampliará o debate sobre a liberdade de expressão, a atuação do STF e o papel da Polícia Federal no cenário político brasileiro, especialmente considerando o contexto em que essas denúncias foram feitas e a crescente polarização do ambiente político no país.