Sergio Moro e Mario Frias brigam nas redes: “Palhaço” e “merdinha”

Gustavo Mendex


 O senador Sergio Moro (União-PR) e o deputado federal Mário Frias (PL-SP) protagonizaram uma intensa troca de acusações na rede social X nesta quarta-feira (12). A discussão começou após Frias fazer críticas à Operação Lava Jato, da qual Moro foi um dos principais expoentes. O embate se acirrou rapidamente, com ambos trocando ataques pessoais e ironias.

Tudo teve início quando o ex-secretário da Cultura publicou uma mensagem criticando a Lava Jato, alegando que a operação conferia "poderes absolutos a juízes e promotores não eleitos". Segundo Frias, os agentes da força-tarefa teriam agido de maneira autoritária, chegando a prender "mães de família, idosos e trabalhadores" sob o pretexto de combater a corrupção. O posicionamento do deputado gerou reações imediatas, e Moro não demorou a responder.

Ao compartilhar a publicação de Frias, o senador rebateu de maneira irônica, afirmando que a Lava Jato "prendeu o Lula, enquanto você fazia papel de palhaço na televisão". A menção foi uma clara referência ao passado de Frias como ator na TV Globo, antes de ingressar na política. Moro também ressaltou que, apesar das diferenças, o verdadeiro adversário político continuava sendo o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e não a direita.

A resposta de Moro não foi bem recebida por Frias, que reagiu com palavras ainda mais duras. O deputado chamou o ex-juiz de "cretino covarde" e "merdinha", além de acusá-lo de não ter defendido Deltan Dallagnol quando o ex-procurador perdeu o mandato. Frias sugeriu que Moro teria abandonado antigos aliados da Lava Jato para seguir sua trajetória política de maneira independente, sem assumir compromissos com aqueles que participaram da operação.

A briga entre os dois ganhou grande repercussão nas redes sociais, dividindo opiniões entre os usuários. Alguns apoiaram Moro, defendendo o legado da Lava Jato no combate à corrupção e criticando Frias por supostamente enfraquecer a direita com ataques internos. Outros ficaram ao lado do deputado, alegando que a operação cometeu excessos e que Moro não tem mais credibilidade após sua atuação política.

O embate também refletiu a atual fragmentação da direita brasileira. Desde que entrou na política, Sergio Moro tem enfrentado dificuldades para consolidar seu espaço e frequentemente entra em conflitos com outros políticos do espectro conservador. Já Frias, que se alinhou ao bolsonarismo, mantém um discurso mais combativo contra ex-integrantes da Lava Jato, especialmente depois que o ex-presidente Jair Bolsonaro se tornou alvo de investigações.

A troca de farpas entre Moro e Frias ocorre em um momento de grande tensão política no país. Com as eleições municipais se aproximando e a oposição buscando se reorganizar, os desentendimentos públicos entre figuras da direita podem afetar a unidade do grupo. A falta de consenso sobre o papel da Lava Jato e as estratégias para enfrentar o governo Lula têm gerado divisões e disputas internas.

Enquanto isso, os aliados de ambos os políticos tentam minimizar o impacto da discussão. Fontes próximas a Moro afirmam que ele não pretende prolongar a polêmica, enquanto apoiadores de Frias insistem que o deputado apenas expôs verdades que muitos já pensavam, mas não diziam publicamente.

A rivalidade entre os dois já havia sido percebida anteriormente, mas nunca havia chegado a um nível tão pessoal. Agora, a expectativa é se a briga terá desdobramentos ou se será apenas mais um episódio das disputas frequentes que ocorrem nas redes sociais entre figuras públicas. O fato é que a tensão entre Moro e Frias expõe não apenas uma questão pessoal entre os dois, mas também as dificuldades da oposição em se articular para o futuro político do Brasil.

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