Uma pesquisa realizada pela Genial/Quaest, divulgada nesta segunda-feira (3), aponta que, em um dos cenários simulados para o primeiro turno das eleições presidenciais de 2026, os candidatos alinhados à direita somam 40% das intenções de voto, ultrapassando o presidente Lula, que aparece com 28%. O estudo foi conduzido entre os dias 23 e 26 de janeiro, por meio de entrevistas presenciais com 4,5 mil eleitores em diversas regiões do país.
O levantamento avaliou diferentes cenários eleitorais e indicou que, sem a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro, a direita continua com forte presença no cenário político nacional. No primeiro teste, um grupo composto pelo cantor Gusttavo Lima, o empresário Pablo Marçal, o deputado federal Eduardo Bolsonaro e o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, atingiu um total de 40% das intenções de voto. Entre esses nomes, Gusttavo Lima e Pablo Marçal aparecem empatados com 12% cada, enquanto Eduardo Bolsonaro registra 11% e Romeu Zema soma 5%.
Em outro cenário analisado, no qual Eduardo Bolsonaro é substituído pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, os candidatos de direita seguem à frente do atual presidente. Nessa configuração, a direita alcança 39% contra 30% de Lula. Entre os nomes testados, Tarcísio de Freitas aparece como o mais bem colocado, com 13% das intenções de voto. Gusttavo Lima mantém seus 12%, Pablo Marçal obtém 11% e Romeu Zema aparece com 3%.
O levantamento não incluiu Jair Bolsonaro, o que reforça a necessidade de uma estratégia unificada para a direita nas próximas eleições. O ex-presidente ainda é visto como uma das principais lideranças políticas do país, e sua ausência no estudo demonstra a busca por novos nomes que possam representar esse espectro político em 2026.
A pesquisa também destacou que o presidente Lula, apesar da desvantagem numérica nos cenários simulados, mantém um eleitorado sólido, especialmente nas regiões Nordeste e Norte. No entanto, a fragmentação dos candidatos de direita pode ser um fator decisivo para o desfecho do pleito. Se a oposição conseguir consolidar uma única candidatura, há possibilidade de crescimento ainda maior nas intenções de voto.
Especialistas avaliam que a presença de Gusttavo Lima no levantamento demonstra a crescente influência de figuras populares fora da política tradicional. O cantor, que tem grande alcance nas redes sociais e entre o eleitorado conservador, vem se posicionando politicamente nos últimos anos, o que pode explicar seu desempenho na pesquisa. Da mesma forma, Pablo Marçal, que já tentou concorrer ao governo de São Paulo em 2022, tem utilizado sua base de seguidores para se projetar no cenário nacional.
Tarcísio de Freitas, por sua vez, desponta como um dos nomes mais competitivos dentro da direita. Governador de São Paulo e ex-ministro da Infraestrutura, ele tem se consolidado como um sucessor natural do bolsonarismo, sendo visto por parte dos eleitores como um nome viável para disputar a presidência. Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente, também aparece bem posicionado na pesquisa, refletindo a força do nome da família Bolsonaro entre os eleitores conservadores.
A margem de erro do estudo é de um ponto percentual para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%, o que significa que os números refletem com alta precisão a tendência atual do eleitorado. Ainda assim, como faltam quase dois anos para as eleições, os cenários podem sofrer alterações significativas conforme os candidatos oficializarem suas pré-candidaturas e o debate político avançar.
A disputa pela presidência em 2026 promete ser intensa e marcada por um embate entre a continuidade do governo petista e a força da oposição de direita. A definição dos candidatos e a estratégia adotada por cada grupo serão fundamentais para determinar os rumos da eleição. Enquanto isso, a pesquisa da Genial/Quaest indica que a direita segue competitiva e com potencial para levar a disputa ao segundo turno.