Milei declara 'batalha' à OMS

Gustavo Mendex


 O presidente da Argentina, Javier Milei, tomou uma decisão drástica que está repercutindo em todo o cenário internacional. Em um anúncio oficial, seu governo comunicou a saída do país da Organização Mundial da Saúde (OMS), alegando que a entidade impôs medidas prejudiciais durante a pandemia de Covid-19. A decisão segue os passos do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que também retirou o país da organização durante seu mandato. Segundo o porta-voz do governo argentino, Manuel Adorni, a OMS é responsável por danos sociais e econômicos irreparáveis sob o pretexto de combater a crise sanitária global.

A decisão foi oficializada com instruções diretas ao ministro das Relações Exteriores, Gerardo Werthein, para que inicie imediatamente o processo de desligamento da Argentina da OMS. No comunicado divulgado pelo governo, são feitas acusações severas contra a organização, afirmando que as medidas sanitárias impostas durante a pandemia foram equivocadas e causaram mais danos do que benefícios. De acordo com o governo argentino, a OMS teria promovido quarentenas prolongadas sem base científica, resultando no fechamento de empresas, desemprego em massa e impactos devastadores na educação de crianças e jovens. O governo também responsabiliza a organização pela crise econômica vivida pelo país e pela morte de milhares de cidadãos.

Manuel Adorni reforçou que a decisão tem como base a soberania nacional e a rejeição à interferência de organizações internacionais nas políticas de saúde do país. Em coletiva de imprensa, ele criticou duramente a entidade, alegando que suas recomendações são guiadas por interesses políticos e não por evidências científicas. Segundo o porta-voz, a Argentina não aceitará mais ordens de uma organização que, segundo ele, falhou em reconhecer seus próprios erros e continua atuando de forma autoritária sobre as nações-membros.

A saída da Argentina da OMS levanta questionamentos sobre a influência das grandes organizações globais e o papel que desempenham na gestão de crises sanitárias. Para alguns setores da sociedade e especialistas em relações internacionais, a medida reflete uma crescente desconfiança em relação às instituições supranacionais, que são frequentemente acusadas de servirem a interesses específicos em detrimento da autonomia dos países. O posicionamento de Milei encontra apoio em grupos que há anos criticam a OMS, alegando que a organização se tornou um instrumento de controle e influência política.

Por outro lado, defensores da OMS alertam para as possíveis consequências dessa decisão, argumentando que a entidade tem um papel essencial na coordenação de respostas globais a crises de saúde pública. Sem a participação na organização, a Argentina pode enfrentar dificuldades no acesso a programas de cooperação, financiamento para emergências sanitárias e campanhas de vacinação. Além disso, especialistas destacam que a saída do país da OMS pode gerar instabilidade na gestão da saúde pública, especialmente em momentos de novas pandemias ou surtos de doenças.

A reação da comunidade internacional tem sido mista. Enquanto alguns países adotam um tom crítico à decisão do governo argentino, outros observam a medida como um sinal de contestação ao poder das organizações globais. Nos Estados Unidos, o ex-presidente Donald Trump elogiou Milei por sua coragem em enfrentar o que chamou de "tecnocratas não eleitos", reafirmando sua postura crítica à OMS. No entanto, líderes da União Europeia e da ONU expressaram preocupação com o impacto que essa decisão pode ter no combate a futuras crises sanitárias.

A saída da Argentina da OMS representa um momento de ruptura nas relações internacionais do país e abre um precedente para outras nações que questionam o papel da organização. A decisão de Milei sinaliza uma postura mais radical em relação à governança global, alinhada a uma visão de maior autonomia nacional e menor dependência de instituições supranacionais. O futuro dessa medida ainda é incerto, mas certamente terá desdobramentos importantes tanto no cenário político quanto na gestão da saúde pública do país.

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