O detalhe fundamental que o Paulo Gonet ainda não percebeu no inquérito contra Bolsonaro

Gustavo Mendex


 O cenário político brasileiro se aquece novamente com rumores de uma possível denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, que estaria sendo preparada pelo Procurador-Geral da República, Paulo Gonet, para ser apresentada até o fim de fevereiro. A notícia tem gerado reações intensas entre apoiadores do ex-mandatário e críticos do atual governo, reacendendo o debate sobre a suposta perseguição política a Bolsonaro e seus aliados.

Aqueles que veem essa ação como uma tentativa de desestabilizar a direita no Brasil argumentam que qualquer denúncia contra Bolsonaro careceria de fundamentos sólidos e faria parte de um projeto de criminalização da oposição. Para esses críticos, o bom senso exigiria que o Ministério Público arquivasse a denúncia e seguisse outro caminho, evitando uma nova turbulência no cenário nacional. No entanto, não há sinais de que essa mudança de postura vá ocorrer. Pelo contrário, a insistência em levar adiante uma ação judicial contra Bolsonaro seria mais um exemplo do que chamam de alopração política, sem embasamento concreto e sem considerar as consequências estratégicas.

A possível denúncia ocorre em um momento delicado, no qual organismos internacionais começam a olhar com mais atenção para a situação brasileira. A Organização dos Estados Americanos (OEA), até então criticada por sua inércia diante das denúncias de abusos de direitos humanos e perseguição política no Brasil, passou a demonstrar maior interesse na questão. Esse movimento teria sido impulsionado pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que pressionou a entidade a investigar o que está acontecendo no país. A ameaça de cortes de financiamento para a OEA teria sido o empurrão necessário para que a organização passasse a monitorar de perto os desdobramentos políticos no Brasil.

Além disso, o fluxo de dinheiro fácil que antes abastecia organizações não governamentais e entidades ligadas a interesses progressistas sofreu um impacto significativo. O travamento de recursos provenientes da USAID e de outras fontes internacionais reduziu a capacidade financeira de certos grupos que atuavam no Brasil. Ao mesmo tempo, a mídia tradicional, que durante anos serviu de apoio para narrativas alinhadas ao establishment, enfrenta dificuldades para sustentar a mesma influência de antes. A máquina de censura que operava sob o patrocínio do chamado deep state perdeu força, tornando o jogo político ainda mais incerto para aqueles que apostam na criminalização de Bolsonaro.

Nos Estados Unidos, outra mudança significativa vem ocorrendo nos bastidores. Tanto o FBI quanto a CIA estariam passando por um processo de expurgo interno, eliminando militantes esquerdistas infiltrados nas agências de inteligência. Esse movimento enfraquece a articulação global contra lideranças conservadoras e impacta diretamente as estratégias utilizadas para enfraquecer figuras como Bolsonaro. Sem o respaldo internacional e sem o suporte irrestrito da mídia, a tentativa de transformar o ex-presidente em um inimigo público perde tração.

Para os defensores de Bolsonaro, a ideia de que sua prisão possa equilibrar o jogo político, criando uma falsa equivalência com Lula, é um erro estratégico grave. Enquanto Lula enfrentou processos judiciais que culminaram em sua prisão, sendo posteriormente libertado e reabilitado politicamente, a perseguição contra Bolsonaro seria vista como uma injustiça ainda maior, reforçando sua imagem de vítima de um sistema aparelhado contra a direita. Se a intenção dos adversários do ex-presidente é destruí-lo politicamente, a prisão poderia ter o efeito oposto: fortalecer ainda mais sua base de apoio e transformá-lo em um mártir.

A ascensão de Bolsonaro à posição de líder popular incontestável dentro da direita brasileira se deve, em grande parte, à resistência contra aquilo que seus apoiadores chamam de perseguição implacável por parte do sistema. A cada novo ataque judicial, a cada nova tentativa de desmoralizá-lo, sua popularidade cresce. Se o plano dos seus adversários for, de fato, prendê-lo, a tendência é que essa medida funcione como a última peça para consolidar seu status de líder injustiçado, impulsionando ainda mais seu potencial eleitoral para os próximos anos.

As especulações em torno da denúncia levantam uma questão inevitável: será que os responsáveis por essa ação têm plena noção das consequências que ela pode gerar? Será que estão preparados para lidar com uma reação popular massiva caso Bolsonaro seja preso? A história recente do Brasil mostra que a perseguição política pode ser um tiro no pé, e os estrategistas por trás dessa iniciativa talvez estejam ignorando as lições do passado.

No fim das contas, a grande dúvida que paira sobre Brasília é se a Procuradoria-Geral da República vai, de fato, seguir adiante com essa denúncia ou se haverá uma reconsideração. O desfecho desse episódio pode determinar não apenas o futuro de Bolsonaro, mas também o equilíbrio de forças dentro da política brasileira. Até lá, a tensão cresce, e o país segue dividido entre aqueles que veem essa movimentação como justiça e aqueles que a enxergam como um espetáculo jurídico com motivações políticas claras.

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