Em uma entrevista exclusiva ao Jornal da Cidade Online, o deputado federal Capitão Alden (PL-BA) abordou temas polêmicos que têm movimentado o cenário político brasileiro. Entre os principais pontos discutidos, destacou-se o pedido de impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que já conta com mais de 100 assinaturas de parlamentares. Segundo o deputado, a decisão de barrar ou levar adiante o processo está nas mãos do presidente da Câmara, Hugo Motta, que já indicou que dificilmente abrirá qualquer pedido contra o atual chefe do Executivo.
Para Alden, essa postura demonstra um problema institucional grave, pois a prerrogativa de um único parlamentar em decidir se um processo será pautado ou não impede que a vontade de muitos outros congressistas seja considerada. O deputado defende que esse poder não fique concentrado exclusivamente no presidente da Câmara e afirma que a oposição pretende trabalhar para modificar essa regra. Segundo ele, há indícios claros de crimes de responsabilidade cometidos pelo atual governo, o que justificaria a abertura do processo.
Além da questão do impeachment, o deputado também falou sobre a crise de popularidade de Lula no Nordeste, uma região que historicamente representou um dos principais redutos eleitorais do petista. Segundo Alden, a população nordestina tem demonstrado insatisfação com o governo devido à falta de investimentos e promessas não cumpridas. Ele acredita que a realidade econômica e social do país tem levado muitos eleitores a reavaliar o apoio a Lula.
Outro ponto abordado na entrevista foi o que Alden classificou como gastos excessivos da primeira-dama, Janja da Silva. Segundo o parlamentar, ela estaria utilizando sua posição para custear despesas pessoais com dinheiro público, contratando pessoas sem licitação e utilizando as redes sociais para atacar opositores. Ele mencionou como exemplo a recente troca de farpas entre Janja e o bilionário Elon Musk, além de supostas investidas contra partidos políticos. Para o deputado, a influência crescente da primeira-dama dentro do governo sugere que Lula tenta projetá-la para uma eventual sucessão presidencial, mas que essa estratégia não tem funcionado devido à maneira desastrosa como ela tem se conduzido publicamente.
Alden comparou a atuação da primeira-dama com figuras políticas controversas, sugerindo que sua presença no governo tem características que se assemelham ao modelo adotado em regimes autoritários, como o da Nicarágua. Segundo ele, Janja tem um papel muito mais ativo do que as primeiras-damas anteriores, mas, em vez de utilizar essa influência para fins administrativos positivos, estaria acumulando poder de forma questionável.
As críticas do deputado refletem um crescente descontentamento entre setores da oposição em relação ao atual governo. Ele afirma que a luta contra os desmandos da administração petista continuará firme e que há um esforço coletivo para barrar ações que considera prejudiciais ao país. No entanto, reconhece que a concentração de poder na Câmara dos Deputados tem sido um obstáculo significativo para o avanço de iniciativas contra Lula.
A entrevista com Capitão Alden expõe uma série de preocupações que vêm sendo debatidas nos bastidores políticos. Com a crescente impopularidade do governo em determinados setores e as denúncias levantadas por opositores, a pressão sobre a gestão de Lula deve continuar aumentando. Resta saber se os esforços para alterar a dinâmica do impeachment e ampliar a fiscalização sobre os gastos do governo terão algum impacto concreto nos próximos meses.