Enfim, surge o caminho para Bolsonaro concorrer em 2026

Gustavo Mendex


 O ex-presidente Jair Bolsonaro participou de uma reunião na última quarta-feira (5) com o deputado federal Bibo Nunes, do Partido Liberal do Rio Grande do Sul, para discutir possíveis caminhos que possam reverter sua inelegibilidade e permitir sua candidatura nas eleições de 2026. O encontro teve como principal pauta um projeto de lei que propõe mudanças na Lei da Ficha Limpa, o que pode beneficiar não apenas Bolsonaro, mas também outros políticos impedidos de disputar cargos públicos.


Bibo Nunes acredita que a atual composição da Câmara dos Deputados oferece um ambiente propício para debater e promover alterações na legislação eleitoral. Segundo ele, o recém-eleito presidente da Câmara, Hugo Motta, do Republicanos da Paraíba, já manifestou preocupação com o prazo de oito anos de inelegibilidade imposto pela norma vigente. Motta teria afirmado que esse período é excessivo e pode ser revisto em futuras discussões legislativas.

A tentativa de reverter a inelegibilidade do ex-presidente já passou por diferentes estratégias. Inicialmente, aliados de Bolsonaro cogitaram uma anistia aos envolvidos nos eventos de 8 de janeiro de 2023, mas essa proposta encontrou forte resistência política e jurídica. Agora, a aposta recai sobre a revisão da Lei da Ficha Limpa, o que pode ampliar o apoio de outros parlamentares interessados em flexibilizar as restrições para condenações eleitorais. Dessa forma, a proposta poderia beneficiar não apenas Bolsonaro, mas também outras figuras políticas que enfrentam restrições para concorrer.

Desde sua inelegibilidade, Bolsonaro tem se mantido ativo no cenário político, participando de encontros com lideranças conservadoras e articulando possíveis cenários para seu retorno à disputa presidencial. O ex-presidente conta com forte apoio de sua base eleitoral e de lideranças do Partido Liberal, que buscam alternativas para garantir sua participação no pleito de 2026. Segundo aliados, Bolsonaro enxerga essa movimentação com otimismo e acompanha de perto as iniciativas que podem viabilizar sua candidatura.

A Lei da Ficha Limpa, aprovada em 2010, estabelece que políticos condenados em segunda instância por órgãos colegiados fiquem impedidos de disputar eleições por um período de oito anos. No caso de Bolsonaro, a decisão do Tribunal Superior Eleitoral que determinou sua inelegibilidade teve como base a acusação de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. A revisão dessa legislação poderia abrir espaço para que ele, e outros políticos na mesma situação, voltem à disputa eleitoral antes do prazo inicialmente determinado.

A questão da inelegibilidade de Bolsonaro tem gerado amplo debate no meio político. De um lado, opositores argumentam que qualquer mudança na legislação com o intuito de favorecer um candidato específico comprometeria a credibilidade das regras eleitorais. Do outro lado, apoiadores do ex-presidente defendem que a punição imposta foi exagerada e que a legislação precisa de ajustes para garantir maior equilíbrio nas disputas políticas.

Além das articulações políticas em Brasília, a base bolsonarista também tem se mobilizado em outras frentes para pressionar o Congresso a revisar as normas eleitorais. Manifestações, campanhas nas redes sociais e eventos com a participação de líderes conservadores têm sido organizados para reforçar a narrativa de que Bolsonaro foi injustiçado e que sua candidatura deve ser viabilizada.

Enquanto o projeto de alteração na Lei da Ficha Limpa ainda não avança de forma concreta na Câmara dos Deputados, Bolsonaro segue acompanhando os desdobramentos políticos e jurídicos que podem definir seu futuro eleitoral. Seu nome continua a ser um dos principais dentro da direita brasileira, e sua possível candidatura para 2026 ainda é um dos temas centrais das discussões políticas no país.

Seja por meio de mudanças legislativas ou outras estratégias jurídicas, a possibilidade de Bolsonaro retornar ao cenário eleitoral em 2026 segue como um dos principais focos de seus aliados. O ex-presidente mantém sua postura de liderança dentro do Partido Liberal e aposta na força de sua base de apoio para continuar influenciando o cenário político nacional nos próximos anos.
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