Zuckerberg se une a Trump, diz que vai "trabalhar junto" e censura está com os dias contados (veja o vídeo)

Gustavo Mendex


Em um anúncio que surpreendeu usuários e especialistas em tecnologia, Mark Zuckerberg revelou que a Meta, controladora de gigantes como Facebook e Instagram, está promovendo mudanças profundas em suas políticas de moderação de conteúdo. Em uma publicação no Instagram, Zuckerberg confirmou que a empresa abandonará o uso de verificadores de fatos independentes e implementará um sistema de "Notas da Comunidade", semelhante ao adotado pelo X, antigo Twitter.


O novo sistema será lançado inicialmente nos Estados Unidos e promete uma abordagem mais descentralizada, com o público desempenhando um papel maior na avaliação de conteúdos. "Vamos nos livrar dos verificadores de fatos e substituí-los por Notas da Comunidade, começando nos EUA", disse Zuckerberg em sua mensagem. Ele explicou que a mudança busca priorizar a liberdade de expressão e reduzir os erros associados à remoção de conteúdos e contas que, muitas vezes, não violavam diretrizes de forma significativa.


A nova política da Meta prevê o uso de filtros automatizados apenas para violações graves e de cunho legal. Para casos de menor gravidade, a empresa planeja depender de denúncias feitas pelos próprios usuários antes de tomar qualquer decisão. Segundo Zuckerberg, essa abordagem resultará em menos conteúdos identificados como problemáticos, mas garantirá maior precisão nas ações tomadas. "Nosso foco será em filtros para combater violações legais e de alta gravidade. Para casos de menor gravidade, iremos depender de denúncias antes de tomarmos qualquer ação", afirmou. Ele também destacou que o sistema diminuirá as chances de remoção injusta de conteúdos legítimos, o que é uma das principais críticas às plataformas da Meta nos últimos anos.


Além das mudanças técnicas, Zuckerberg fez declarações contundentes sobre o futuro da relação entre a Meta e o governo dos Estados Unidos. Durante o anúncio, ele demonstrou entusiasmo ao mencionar o presidente eleito, Donald Trump, que tomará posse em 20 de janeiro. "Vamos trabalhar com o presidente Trump para pressionar os governos de todo o mundo, que visam perseguir empresas americanas e implementar mais censura", declarou o executivo. Essa aliança sugere um alinhamento estratégico entre uma das maiores empresas de tecnologia do mundo e o próximo governo dos EUA, com potenciais implicações globais para a regulação da internet e o combate à desinformação.


As reações ao anúncio foram imediatas e polarizadas. De um lado, defensores da liberdade de expressão celebraram a decisão como um passo na direção certa, argumentando que os verificadores de fatos muitas vezes atuavam de maneira enviesada e arbitrária. Por outro lado, críticos levantaram preocupações sobre o impacto potencial dessas mudanças na proliferação de informações falsas e teorias conspiratórias, especialmente em um ano marcado por tensões políticas e eleições.


Especialistas também estão avaliando como as Notas da Comunidade funcionarão em plataformas com bilhões de usuários. No caso do X, o sistema tem sido alvo de elogios e críticas, dependendo da eficácia em oferecer contexto adicional sem fomentar ainda mais divisões. A Meta enfrentará o desafio de adaptar essa dinâmica ao seu vasto ecossistema, que inclui redes sociais, aplicativos de mensagens e iniciativas relacionadas ao metaverso.


Outro ponto de destaque no vídeo foi a referência explícita à colaboração com Trump. Essa conexão direta entre uma grande empresa de tecnologia e o governo americano levanta questões sobre independência corporativa, regulação internacional e as fronteiras entre negócios e política. Em um cenário global onde governos vêm intensificando a pressão sobre plataformas digitais, a Meta parece estar adotando uma postura mais assertiva para defender seus interesses e evitar o que Zuckerberg chamou de "perseguição a empresas americanas".


No entanto, essa nova postura pode gerar tensões com outros países, especialmente aqueles que já implementaram legislações mais rigorosas para regular conteúdo online, como a União Europeia. A promessa de trabalhar com Trump para combater iniciativas consideradas censura pode ser vista como um movimento arriscado que colocará a Meta em rota de colisão com governos estrangeiros.


Embora o impacto total das mudanças ainda esteja por ser visto, uma coisa é certa: a Meta está entrando em uma nova era. A decisão de eliminar verificadores de fatos e apostar em uma abordagem mais comunitária representa um marco nas políticas de moderação de conteúdo, com potencial para moldar o futuro da internet. Ao mesmo tempo, a aliança com Trump sinaliza que a empresa está disposta a desempenhar um papel político mais ativo, tanto dentro quanto fora dos Estados Unidos.


Enquanto o público e especialistas aguardam mais detalhes sobre a implementação das Notas da Comunidade, a Meta enfrenta o desafio de equilibrar a liberdade de expressão com a responsabilidade de combater desinformação e garantir um ambiente digital seguro para seus usuários. Para muitos, os próximos meses serão um teste decisivo para a capacidade da empresa de liderar uma transformação sem precedentes no cenário digital global.
Tags

#buttons=(Accept !) #days=(20)

Our website uses cookies to enhance your experience. Check Now
Accept !