A recente demissão de Rodrigo Bocardi da TV Globo, anunciada na última quinta-feira, 30 de janeiro, continua repercutindo no meio jornalístico. O motivo oficial divulgado pela emissora foi o descumprimento de normas e diretrizes éticas do jornalismo, mas novas informações indicam que a decisão pode ter sido influenciada por um episódio específico ocorrido no fim de 2024.
Segundo informações do portal Leo Dias, Bocardi participou de uma festa em Mongaguá, no litoral de São Paulo, na residência do prefeito Paulo Wiazowski Filho, do Progressistas. O evento aconteceu em novembro, poucos dias após as eleições municipais, e reuniu diversas figuras políticas. A presença do jornalista na comemoração foi registrada em fotografias que circularam nas redes sociais, gerando especulações sobre sua proximidade com autoridades locais.
Em uma das imagens divulgadas pelo próprio prefeito, Bocardi aparece ao lado de líderes políticos e de um senador. Na legenda, Paulinho celebrou o encontro, descrevendo-o como uma oportunidade de confraternização entre amigos e parceiros fundamentais para o progresso da cidade. A postagem reforçou os rumores de que a participação do jornalista no evento poderia ter sido mal vista pela emissora, que historicamente mantém uma postura rigorosa quanto à isenção de seus profissionais em relação à política.
Além da presença na festa, uma coincidência chamou atenção. Uma página no Facebook chamada "Eu moro em Mongaguá" informou que Bocardi esteve na cidade novamente em janeiro deste ano. Um morador comentou que o jornalista estava visitando a cidade e mostrando seus pontos turísticos. Coincidentemente, no mesmo período, o programa Bom Dia São Paulo exibiu uma reportagem sobre Mongaguá, o que levantou suspeitas sobre uma possível relação entre a matéria e a presença do apresentador no local.
A Globo, por sua vez, emitiu um comunicado oficial afirmando que o desligamento de Bocardi se deu por questões internas e que a emissora não comenta decisões relacionadas ao seu setor de compliance. A empresa tem normas rígidas sobre a conduta de seus jornalistas, que incluem a proibição de envolvimento em eventos políticos ou qualquer ação que possa comprometer a imparcialidade editorial.
Rodrigo Bocardi, que começou sua trajetória na emissora em 1999, tornou-se um dos principais rostos do jornalismo da Globo ao longo das últimas duas décadas. Desde 2013, ele estava à frente do Bom Dia São Paulo e, eventualmente, substituía os âncoras titulares do Jornal Nacional, Jornal Hoje e Jornal da Globo. Sua saída repentina pegou muitos telespectadores e colegas de trabalho de surpresa.
Até o momento, Bocardi não se pronunciou publicamente sobre sua demissão nem sobre os rumores que cercam sua saída. A ausência de declarações reforça o mistério em torno do caso, alimentando debates sobre o real motivo por trás da decisão da Globo.
Nos bastidores, há especulações de que a emissora já vinha avaliando a postura do jornalista há algum tempo. Profissionais da área apontam que, apesar de sua popularidade e credibilidade, qualquer associação com figuras políticas poderia ser considerada um fator de risco para a imagem da Globo, especialmente em um cenário de forte polarização no país.
A saída de Bocardi também levanta questionamentos sobre os próximos passos de sua carreira. Com uma trajetória consolidada e uma base fiel de seguidores, é possível que ele receba convites para atuar em outras emissoras ou até mesmo em plataformas independentes, como podcasts ou canais de notícias online.
Enquanto isso, a Globo ainda não anunciou oficialmente quem assumirá o comando do Bom Dia São Paulo no lugar de Bocardi. Especula-se que a emissora esteja testando diferentes apresentadores para definir um substituto definitivo nas próximas semanas.
O caso segue repercutindo, e a expectativa é de que novos detalhes possam surgir nos próximos dias.
