URGENTE: General acusado de ser informante de Moraes finalmente se manifesta

Caio Tomahawk


O general Valério Stumpf, ex-chefe do Estado-Maior do Exército durante o governo Bolsonaro, quebrou o silêncio em meio às acusações de ser um informante do ministro Alexandre de Moraes no contexto das Forças Armadas. A declaração surge em um momento de alta tensão política, após investigações da Polícia Federal apontarem uma suposta articulação envolvendo militares e aliados políticos do ex-presidente Jair Bolsonaro em um plano para minar as eleições de 2022. Stumpf, no entanto, negou veementemente as insinuações de traição e defendeu sua conduta durante o período.


As acusações contra o general ganharam força após a revelação de que ele manteve contatos frequentes com o então presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes. As conversas, segundo Stumpf, tinham o objetivo de discutir medidas de segurança para o processo eleitoral. Ele esclareceu que as tratativas não foram secretas e seguiram os protocolos institucionais, com o devido conhecimento do alto comando do Exército. “Minha interlocução era com a Secretaria-Geral do TSE. Algumas pessoas distorceram tudo e me retrataram como um ‘informante’, algo criminoso. Isso nunca ocorreu. O contato era estritamente institucional”, afirmou.


As investigações da Polícia Federal também apontaram para um cenário de discordâncias internas entre os altos escalões das Forças Armadas. Mensagens obtidas durante o inquérito revelaram críticas duras à postura de Stumpf e de outros oficiais. Comentários depreciativos circularam em grupos militares, incluindo um que classificava os membros do Alto Comando do Exército como motivo de “vergonha eterna”. Um civil chegou a sugerir que o general fosse conhecido como “melancia”, uma expressão pejorativa usada para descrever militares supostamente alinhados com ideologias de esquerda.


Apesar das críticas, Stumpf reafirmou seu compromisso com os valores democráticos e defendeu seu papel em um período descrito por ele como “extremamente delicado” para o Brasil. “Defendi a democracia em tempos complexos e tenho orgulho de ter agido de forma leal ao Exército Brasileiro”, declarou. Ele enfatizou que suas ações foram pautadas pela transparência e que nunca houve qualquer tentativa de desviar o curso das instituições.


No inquérito, a Polícia Federal indiciou Jair Bolsonaro, o ex-ministro da Defesa e general Walter Braga Netto, além de outras 35 pessoas, incluindo militares, ex-ministros e aliados políticos. Bolsonaro e Braga Netto negaram categoricamente qualquer envolvimento em irregularidades e classificaram as investigações como uma tentativa de descredibilizá-los. O contexto político e judicial tem se intensificado, com aliados do ex-presidente alegando perseguição e judicialização da política.


Stumpf, que atualmente está na reserva e preside a Poupex, uma entidade voltada ao crédito habitacional para militares, ressaltou que todas as comunicações realizadas com o TSE foram devidamente reportadas ao então comandante do Exército, general Freire Gomes. Ele também lamentou a distorção de fatos e a disseminação de informações falsas que colocaram sua reputação em risco. “Infelizmente, vivemos tempos em que a verdade é frequentemente manipulada para atender a interesses específicos. Tenho plena confiança de que a verdade prevalecerá”, disse.


O caso expõe as divisões dentro das Forças Armadas e como essas tensões refletem no cenário político mais amplo. Enquanto alguns oficiais são acusados de se envolverem em ações antidemocráticas, outros, como Stumpf, enfrentam críticas por se posicionarem a favor da estabilidade institucional. A crescente polarização tem impactado não apenas a imagem das Forças Armadas, mas também a confiança do público nas instituições que deveriam se manter como pilares da neutralidade e da governança.


O general destacou, ainda, o impacto das acusações em sua vida pessoal e profissional. Ele afirmou que sua atuação sempre foi pautada pelo respeito às normas e que nunca houve qualquer tentativa de minar a confiança pública no processo eleitoral ou nas instituições democráticas. “As Forças Armadas têm o dever de proteger a democracia, e foi isso que fiz durante toda a minha carreira. Não permitirei que falsas narrativas prejudiquem minha trajetória ou desonrem o Exército Brasileiro”, concluiu.


As investigações sobre a suposta tentativa de golpe continuam, e os desdobramentos do caso prometem trazer mais tensão ao já conturbado cenário político do Brasil. Enquanto isso, figuras públicas como Stumpf enfrentam o desafio de reconstruir suas reputações em meio a ataques vindos de diferentes lados. A defesa do general espera que suas declarações ajudem a esclarecer os fatos e reforcem seu compromisso com as instituições e com a democracia. A questão, no entanto, permanece delicada, refletindo as profundas divisões que ainda permeiam o debate político e institucional no país.

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