Flávio enfrenta Lewandowski e enquadra o ministro (veja o vídeo)

Gustavo Mendex


 Durante uma audiência na Comissão de Segurança Pública do Senado, o senador Flávio Bolsonaro fez duras críticas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, e à atuação da Polícia Federal sob o atual governo. Bolsonaro questionou diretamente o papel da corporação no cenário político atual e sugeriu que parte da Polícia Federal estaria sendo usada para fins de perseguição política contra opositores ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva.


O senador, que é filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, expressou a sua preocupação com o que considerou uma “percepção” crescente entre a população de que a Polícia Federal estaria focada em investigar e perseguir membros da oposição, enquanto deixaria de lado outros casos relevantes, como o combate ao crime organizado. “Infelizmente, a percepção que nós temos aqui é de que há um pequeno grupo dentro da Polícia Federal, escolhido a dedo por um ministro do Supremo, para perseguir não só Bolsonaro, mas também parlamentares que hoje fazem oposição ao atual governo”, afirmou, sem poupar críticas ao trabalho da corporação e às investigações em andamento.

Em sua fala, Flávio Bolsonaro lembrou que, apesar das investigações em andamento contra seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, a Polícia Federal não agiu da mesma maneira em relação ao presidente Lula. “O presidente Bolsonaro recebeu presente de autoridades estrangeiras e devolveu tudo. Está lá, acautelado com a Polícia Federal. E o presidente Lula anda com o relógio dele, caro, de marca, recebido também de presente de uma autoridade estrangeira”, declarou. Segundo o senador, essa diferença de tratamento evidencia um “duplo padrão” que não só prejudica a imagem da Polícia Federal, mas também coloca em xeque a credibilidade da instituição e de suas investigações.

Bolsonaro continuou seu discurso, questionando as prioridades da Polícia Federal e sugerindo que o combate ao crime organizado teria sido deixado em segundo plano para se focar em investigações que, segundo ele, não envolvem crimes de fato. “Hoje, é a percepção de grande parte da população que a Polícia Federal está sendo usada, sim, para fins de perseguição política, instaurando inquéritos sobre coisas que não são crimes”, disse o senador. Ele fez um paralelo entre o caso de seu pai e a situação de Lula, chamando atenção para o fato de que, enquanto Bolsonaro é investigado e responde a inquéritos, o presidente atual segue utilizando presentes recebidos sem sofrer as mesmas consequências legais.

Ao criticar a atuação da Polícia Federal, Flávio Bolsonaro não apenas questionou a imparcialidade das investigações, mas também sugeriu que a corporação estaria criando narrativas em vez de focar no combate efetivo ao crime organizado, uma das suas funções mais essenciais. Ele levantou a hipótese de que poderia estar faltando efetivo dentro da Polícia Federal para lidar com questões mais graves, como o enfrentamento de grupos criminosos, e acusou o governo de priorizar investigações políticas em detrimento de ações mais urgentes.

Essas declarações do senador geraram repercussão no cenário político, com defensores do governo e da Polícia Federal, por um lado, questionando a postura de Flávio Bolsonaro e defendendo que as investigações contra seu pai e outros membros da oposição são legítimas, enquanto outros, por outro lado, levantaram questões sobre a imparcialidade das investigações e a necessidade de uma atuação mais equitativa por parte das instituições. A fala de Bolsonaro evidenciou a polarização política no Brasil, com acusações mútuas sobre o uso das instituições de Estado para fins políticos.

Além disso, a questão do uso de presentes por autoridades estrangeiras foi amplamente discutida, com críticos apontando que a atitude de Bolsonaro ao devolver os presentes foi uma tentativa de manter sua imagem intacta e seguir as normas éticas, enquanto o presidente Lula foi acusado de desconsiderar essas normas. A questão do relógio de luxo recebido por Lula foi destacada como um exemplo de tratamento desigual entre os dois ex-presidentes e uma forma de pressão política sobre o governo atual.

Em meio a essas trocas de acusações, a Comissão de Segurança Pública do Senado se tornou um palco para o debate sobre a independência das instituições e a forma como as investigações estão sendo conduzidas. Flávio Bolsonaro concluiu sua fala questionando a atual prioridade da Polícia Federal, levantando dúvidas sobre a eficácia de suas ações no combate ao crime e sugerindo que as investigações contra figuras políticas estariam sendo realizadas de forma seletiva, com o objetivo de criar uma narrativa conveniente para o governo.
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