Em um discurso inflamado durante uma sessão com o ministro Ricardo Lewandowski, o deputado Gilvan da Federal, ex-agente da Polícia Federal, não poupou críticas à atual situação da corporação, lamentando o que considera uma perda de identidade e imparcialidade da instituição. A fala de Gilvan ocorreu após um questionamento ao ministro de Lula sobre a política atual da Polícia Federal, que o deputado acredita ter se afastado de seus princípios originais, tornando-se parte de um jogo político. Para ele, a Polícia Federal, que antes era uma instituição sem vínculos partidários, hoje se encontra subordinada a uma cúpula que, segundo Gilvan, persegue certos grupos e indivíduos em detrimento do combate ao crime organizado.
Durante seu discurso, o deputado revelou sua insatisfação com a maneira como a corporação tem operado nos últimos tempos, mencionando especificamente o tratamento dado a parlamentares e cidadãos, como no caso de uma revistagem íntima em Mariana Eustáquio, que não estava sequer sendo investigada. Ele apontou que, embora o STF tenha proibido revistas íntimas em presídios, situações como essa continuam a ocorrer, colocando em xeque a ética e a legalidade das ações da Polícia Federal.
Gilvan também criticou a falta de transparência no comando da corporação, questionando quem realmente está à frente da Polícia Federal, se é o Ministro da Justiça ou o Ministro Alexandre de Moraes, o que, para ele, reflete uma falta de clareza sobre a independência e a autoridade da instituição. “A Polícia Federal não é mais uma polícia de Estado. Hoje, ela se tornou uma extensão de interesses políticos”, afirmou o deputado.
Além disso, o parlamentar abordou o que considera uma perseguição sistemática a figuras políticas de direita, como ele próprio, e a inversão de papéis quando se trata de figuras da esquerda. Ele mencionou que deputados de esquerda podem criticar impunemente, enquanto deputados de direita, ao se manifestarem contra a cúpula da Polícia Federal, acabam respondendo a processos e sendo intimidados por suas opiniões. A insatisfação com o tratamento desigual, segundo ele, é um reflexo de uma distorção dos princípios democráticos e da liberdade de expressão no país.
Para ilustrar a percepção da população sobre a Polícia Federal, Gilvan sugeriu uma espécie de pesquisa informal. Ele pediu a Lewandowski que publicasse uma foto da Polícia Federal em suas redes sociais e lesse os comentários dos internautas. O deputado leu algumas mensagens de descontentamento com a atuação da corporação, destacando um caso em que a Polícia Federal indiciou um padre por tentativa de golpe, simplesmente por orar o Pai Nosso com um crucifixo. Gilvan questionou como um padre poderia estar envolvido em uma tentativa de golpe de Estado, refletindo a perplexidade de muitos brasileiros com a atuação da Polícia Federal nos dias atuais.
Outro ponto abordado pelo deputado foi a crescente sensação de insegurança entre os próprios membros da corporação. Segundo Gilvan, muitos policiais federais discordam da atual liderança da Polícia Federal, que, em sua visão, está ligada a figuras políticas como Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva. Ele criticou a cúpula da corporação por sua suposta falta de foco na luta contra o crime organizado, como as facções criminosas PCC e Comando Vermelho, que continuam a operar livremente, enquanto se dedica a perseguir pessoas inocentes e figuras públicas de direita.
Em sua fala, o deputado se exaltou ao lembrar que a Polícia Federal, que antes era vista como um símbolo de imparcialidade e combate ao crime, agora é constantemente associada a abusos de poder e perseguições políticas. Ele afirmou que a instituição está sendo destruída pela cúpula que, na sua opinião, está mais interessada em agradar a certos grupos políticos do que em cumprir com a sua missão de proteger a sociedade. Para ele, o povo brasileiro já percebeu essa mudança e está cada vez mais desconfiado da atuação da Polícia Federal.
Por fim, Gilvan da Federal enfatizou que os parlamentares do PT têm liberdade para fazer o que bem entenderem, até mesmo envolver-se em escândalos como o de um deputado ser flagrado com dinheiro escondido na cueca, mas quando se trata de parlamentares de direita, as coisas mudam drasticamente. Ele expressou sua indignação com a perseguição a deputados de sua linha política e a impunidade que parece prevalecer para outros membros do Congresso, afirmando que a verdadeira prioridade deveria ser o combate ao crime organizado, que segue sendo negligenciado por parte da Polícia Federal.
O discurso de Gilvan da Federal gerou grande repercussão, principalmente nas redes sociais, onde muitos concordaram com sua crítica à atual condução da Polícia Federal e ao que consideram uma politização da corporação. A fala de Gilvan também refletiu um sentimento crescente de desconfiança por parte de cidadãos e políticos em relação às instituições responsáveis pela segurança pública e pela aplicação da lei no Brasil.