Supremo vê "ataque institucional" e pressiona Itamaraty
A recente ofensiva internacional contra o ministro Alexandre de Moraes, liderada por Elon Musk e aliados do ex-presidente Donald Trump, gerou uma forte reação dentro do Supremo Tribunal Federal (STF). Ministros da Corte consideram a situação um "ataque institucional" e estão exigindo que o Itamaraty tome uma posição formal para defender a instituição.
A preocupação central entre os magistrados é que a campanha contra Moraes faz parte de um esforço coordenado para minar a autoridade do STF. "O pano de fundo é jogar para minar a força e a autoridade do Supremo", declarou um ministro da Primeira Turma, da qual Moraes faz parte.
Postagens de Musk e projeto nos EUA aumentam pressão
A crise ganhou novas proporções depois que Elon Musk usou sua plataforma, o X (antigo Twitter), para amplificar suspeitas sobre os investimentos de Moraes nos Estados Unidos. Além disso, um projeto em tramitação no Congresso americano busca barrar a entrada do ministro em solo norte-americano.
A ação de Musk não foi isolada. O bilionário tem se posicionado abertamente contra medidas judiciais que restringem conteúdos em redes sociais, um dos temas mais sensíveis envolvendo Moraes. Nos últimos meses, o ministro foi responsável por decisões que determinaram bloqueios e remoções de perfis por disseminação de fake news e ataques contra as instituições brasileiras.
"Surto" nos bastidores do STF com avanço da crise
Fontes internas do Supremo relatam um clima de tensão crescente entre os ministros. O que começou como críticas isoladas de figuras da direita americana evoluiu para uma campanha que ameaça a imagem do STF fora do Brasil. A possibilidade de um ministro da Corte ser formalmente impedido de entrar nos EUA é vista como um risco sem precedentes.
Diante disso, magistrados pressionam o governo federal a adotar uma postura firme. O Itamaraty, responsável pelas relações exteriores do Brasil, está sendo chamado a atuar para preservar a soberania do Judiciário e evitar que a crise tome proporções ainda maiores.
Apoio interno a Moraes cresce, mas nem todos concordam
Apesar da forte mobilização dentro do STF para defender Alexandre de Moraes, há divergências entre os próprios ministros sobre como lidar com a situação. Enquanto alguns defendem um posicionamento duro contra os ataques internacionais, outros acreditam que a Corte não deve se envolver em disputas políticas globais.
O presidente do Supremo, Luís Roberto Barroso, teria manifestado preocupação com o impacto institucional da crise, mas até o momento evitou declarações públicas. Nos bastidores, há um consenso de que a campanha contra Moraes precisa ser enfrentada, mas ainda há dúvidas sobre qual estratégia adotar.
O papel de Bolsonaro e aliados na escalada da tensão
A situação se agrava com o envolvimento de figuras próximas ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Aliados do ex-mandatário têm usado as redes sociais para reforçar as críticas contra Moraes, apontando-o como um "censor" e acusando-o de perseguição política.
A influência de Bolsonaro e seus apoiadores nos círculos conservadores dos EUA tem sido um fator-chave para o avanço das críticas contra Moraes. Parlamentares republicanos, alinhados com Trump, têm usado a narrativa de que o Brasil vive um "autoritarismo judicial" para justificar ações como o projeto que pretende barrar o ministro nos Estados Unidos.
Próximos passos: STF e governo tentam conter danos
A resposta do STF e do governo Lula à crise será fundamental para definir os rumos da situação. Entre as opções cogitadas nos bastidores, estão uma manifestação oficial do Itamaraty repudiando as ações contra Moraes e um eventual contato diplomático com autoridades americanas para desarticular o projeto no Congresso dos EUA.
Enquanto isso, o próprio Alexandre de Moraes ainda não se pronunciou publicamente sobre os ataques. A expectativa é que ele continue a atuar normalmente em suas funções, mas a crescente pressão internacional coloca em xeque a estabilidade do Supremo e do sistema judicial brasileiro.
A crise está longe de acabar, e os próximos dias serão decisivos para definir o impacto real dessa ofensiva contra um dos ministros mais influentes do Brasil.