Uma nova pesquisa eleitoral divulgada nesta terça-feira pelo Instituto Paraná Pesquisas trouxe um cenário preocupante para o governo atual. Se as eleições presidenciais fossem realizadas hoje, o ex-presidente Jair Bolsonaro derrotaria Luiz Inácio Lula da Silva tanto no primeiro quanto no segundo turno. O levantamento, realizado entre os dias 13 e 16 de fevereiro, entrevistou 2.010 eleitores presencialmente em todas as regiões do Brasil e tem um nível de confiança de 95%. Os dados indicam que Bolsonaro lidera a corrida eleitoral com uma vantagem considerável sobre Lula, refletindo um cenário desfavorável para o atual presidente.
No primeiro turno, Bolsonaro aparece com 36% das intenções de voto, enquanto Lula tem 33,8%. A diferença entre os dois candidatos ainda está dentro da margem de erro, mas já sinaliza uma possível virada do ex-presidente sobre o petista. Outros nomes também foram incluídos na pesquisa, como o ex-ministro Ciro Gomes, que registrou 7,7% das intenções de voto, e o cantor Gusttavo Lima, que surpreendeu ao aparecer com 5,1%, mesmo sem estar filiado a um partido político. Entre os governadores testados na pesquisa, Ronaldo Caiado, de Goiás, e Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul, obtiveram 2,7% cada um, enquanto Helder Barbalho, do Pará, ficou com 1,1%. Eleitores que disseram que votariam em branco, nulo ou em nenhum dos candidatos somaram 7,6%, e outros 4,4% não souberam responder ou preferiram não opinar.
No cenário de segundo turno, a vantagem de Bolsonaro sobre Lula aumenta significativamente. Segundo a pesquisa, o ex-presidente alcançaria 45,1% dos votos, enquanto o petista ficaria com 40,2%. A diferença entre os dois, de quase cinco pontos percentuais, supera a margem de erro e indica que Bolsonaro teria boas chances de vencer caso o confronto direto ocorresse hoje. Além disso, 10,7% dos entrevistados afirmaram que votariam nulo, branco ou em nenhum dos candidatos, e 4% não souberam dizer ou preferiram não opinar.
A pesquisa estimulada, método utilizado pelo Instituto Paraná Pesquisas, apresenta uma lista de nomes aos entrevistados, que precisam escolher um candidato dentre os mencionados. Esse tipo de abordagem reflete de maneira mais concreta o cenário eleitoral, já que os eleitores tomam sua decisão diante de opções específicas. O levantamento foi realizado de forma presencial nos 26 estados e no Distrito Federal, garantindo uma amostra representativa da população brasileira.
Os números indicam uma mudança no humor do eleitorado, que pode estar refletindo o atual contexto político e econômico do país. A popularidade de Bolsonaro continua forte entre parte da população, especialmente entre os eleitores que se identificam com pautas conservadoras e que rejeitam o governo de Lula. A presença de nomes como Gusttavo Lima na pesquisa também chama atenção, demonstrando que figuras fora do meio político tradicional podem atrair uma parcela do eleitorado em um momento de descrença com os partidos convencionais.
O impacto da pesquisa já começa a ser debatido nos bastidores da política. Aliados de Bolsonaro enxergam os números como um sinal positivo para uma possível candidatura em 2026, reforçando o discurso de que o ex-presidente ainda mantém uma base eleitoral fiel. Por outro lado, a equipe de Lula deve avaliar os resultados com cautela e buscar estratégias para recuperar a preferência dos eleitores, especialmente diante de um cenário de polarização crescente.
Outro fator que pode influenciar a corrida eleitoral é o desempenho econômico do governo Lula nos próximos meses. Caso a economia apresente melhorias, com redução da inflação e crescimento do emprego, o atual presidente pode recuperar parte do apoio perdido. No entanto, se os desafios econômicos persistirem, Bolsonaro pode se beneficiar da insatisfação popular e consolidar sua posição como principal adversário de Lula.
A pesquisa do Instituto Paraná Pesquisas revela um panorama eleitoral dinâmico e ainda indefinido. Com quase dois anos para as próximas eleições presidenciais, muitos fatores podem influenciar a decisão dos eleitores. O cenário político brasileiro segue marcado por disputas intensas, e a tendência é que novas pesquisas tragam atualizações sobre a preferência do eleitorado ao longo dos próximos meses.
