URGENTE: Moraes ameaçou prender Cid e citou "impactos" para sua família em audiência

Caio Tomahawk


Em uma audiência realizada no Supremo Tribunal Federal (STF) em 21 de novembro de 2024, o ministro Alexandre de Moraes advertiu o tenente-coronel Mauro Cid sobre a possibilidade de decretação de sua prisão preventiva. Durante a sessão, Moraes também mencionou potenciais consequências para os familiares de Cid, uma vez que seus parentes estavam envolvidos na investigação sobre falsificação de carteiras de vacinação contra a covid-19.

A transcrição da audiência indica que Cid buscou garantias para seus familiares ao negociar um acordo de colaboração premiada. Contudo, no decorrer das investigações, ele foi acusado de omitir informações cruciais, especialmente referentes a um alegado plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o próprio ministro Moraes.

Moraes foi enfático ao afirmar que, caso as omissões e contradições não fossem esclarecidas, isso poderia resultar na prisão preventiva de Cid e na anulação do acordo de colaboração premiada. Essa medida teria implicações não apenas para o colaborador, mas também para seu pai, esposa e filha maior de idade, cujos benefícios estavam previstos na quarta parte do termo de colaboração.

O ministro destacou que aquele momento seria a última oportunidade para Cid fornecer todas as informações solicitadas, enfatizando que não admitiria contradições. Além disso, Moraes mencionou a existência de um relatório detalhado da investigação, incluindo um novo documento da Polícia Federal com 700 páginas sobre a tentativa de golpe.

Durante a audiência, Moraes exigiu que Cid prestasse depoimento específico sobre figuras-chave do governo Bolsonaro e das Forças Armadas, como o ex-presidente Jair Bolsonaro, os generais Braga Netto, Heleno, Paulo Sérgio e Ramos, além de outros que Cid pudesse ter conhecimento.

Em 19 de fevereiro de 2025, o ministro Alexandre de Moraes retirou o sigilo da delação de Mauro Cid e notificou o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 33 pessoas denunciadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por envolvimento em uma trama golpista. Os acusados terão 15 dias para apresentar suas defesas. 

A delação de Cid trouxe à tona detalhes de um plano denominado "Punhal Verde e Amarelo", que visava assassinar o presidente Lula, o vice-presidente Alckmin e o ministro Moraes. O plano foi inicialmente revelado pela Polícia Federal em novembro de 2024, quando quatro militares da elite do Exército e um policial federal foram presos. Agora, Cid confirmou a existência do plano em sua colaboração. 

Além disso, Cid revelou que o ex-presidente Bolsonaro considerou a possibilidade de prender o ministro Moraes e realizar novas eleições. Um documento apresentado por indivíduos radicais ao ex-presidente também sugeria a destituição de autoridades contrárias ao governo bolsonarista. 

Durante seu depoimento, Cid teria se emocionado ao ser confrontado por Moraes sobre as omissões em sua colaboração, especialmente no que tange ao plano de assassinato das autoridades mencionadas. 

A decisão de Moraes de retirar o sigilo da delação e notificar os denunciados marca um avanço significativo nas investigações sobre a tentativa de golpe de Estado. Os próximos passos incluem a apresentação das defesas pelos acusados e a continuidade dos procedimentos judiciais pertinentes.

Este caso destaca a complexidade e a gravidade das acusações envolvendo altas figuras políticas e militares do país, ressaltando a importância da transparência e do devido processo legal na condução das investigações e julgamentos.

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