A pesquisa eleitoral mais recente do instituto Paraná Pesquisas, divulgada nesta terça-feira, trouxe um cenário surpreendente para as eleições presidenciais de 2026. O levantamento aponta que, em um eventual segundo turno, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro aparece à frente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O resultado reforça o crescimento do nome de Michelle como uma das principais alternativas da direita para a disputa presidencial, caso Jair Bolsonaro não esteja na corrida eleitoral.
Segundo os dados coletados, no primeiro turno, Lula lidera numericamente contra todos os candidatos da direita e centro-direita, incluindo Michelle e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. No entanto, a pesquisa indica uma virada no segundo turno, onde Michelle Bolsonaro teria 42,9% das intenções de voto contra 40,9% de Lula. A diferença entre os dois está dentro da margem de erro, que é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos, o que significa um empate técnico.
Esse resultado coloca Michelle Bolsonaro como uma figura cada vez mais relevante dentro do cenário político nacional. Desde que seu nome começou a ser cogitado para uma candidatura, a ex-primeira-dama tem sido vista como uma liderança capaz de manter a base bolsonarista unida, caso seu marido fique impossibilitado de concorrer. Sua crescente popularidade entre os eleitores conservadores se deve, em parte, à sua forte defesa dos valores cristãos, da família e do patriotismo, temas centrais do bolsonarismo.
Jair Bolsonaro continua sendo o principal nome da direita para 2026. Segundo especialistas, caso esteja elegível, o ex-presidente não deve enfrentar grandes dificuldades para vencer a eleição, devido à sua ampla base de apoio e à forte rejeição ao governo petista. No entanto, sua situação jurídica ainda gera incertezas, o que abre espaço para outros nomes dentro do espectro político conservador.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, também tem sido apontado como um possível sucessor do ex-presidente dentro da direita, mas, segundo a pesquisa, ele ainda não consegue superar Lula no segundo turno. Isso demonstra que, até o momento, Michelle Bolsonaro se consolidou como a principal alternativa para enfrentar o petista em um cenário sem Bolsonaro na disputa.
O crescimento do nome de Michelle dentro da política não é uma novidade. Desde o final do governo Bolsonaro, ela tem sido cada vez mais presente em eventos e articulações políticas. Como presidente do PL Mulher, braço feminino do Partido Liberal, Michelle tem viajado pelo país e ampliado seu discurso para um público que vê nela uma representante autêntica dos valores conservadores.
Apesar disso, sua possível candidatura ainda levanta dúvidas entre analistas políticos. Michelle nunca disputou uma eleição e não tem experiência em cargos públicos, o que poderia ser um obstáculo em uma campanha presidencial. No entanto, sua proximidade com a base bolsonarista e o apoio que recebe do próprio Bolsonaro podem ser fatores determinantes para fortalecer sua candidatura.
Do lado do governo, o presidente Lula continua sendo o nome mais forte da esquerda e segue apostando em programas sociais e no crescimento econômico para consolidar sua popularidade. No entanto, a pesquisa indica que a rejeição ao seu governo segue alta, o que pode dificultar sua reeleição. O fato de estar numericamente atrás de Michelle Bolsonaro em um eventual segundo turno já acendeu um alerta no Planalto e entre seus aliados.
A disputa pela presidência em 2026 ainda está distante, mas os números da pesquisa mostram que o cenário pode ser mais difícil para Lula do que o esperado. Caso Jair Bolsonaro não possa concorrer, Michelle Bolsonaro desponta como a principal adversária do petista, algo que poucos previam até pouco tempo atrás. Com o avanço de seu nome nas pesquisas, a ex-primeira-dama pode se tornar uma peça-chave no futuro da política brasileira.
