O ex-presidente Jair Bolsonaro voltou a movimentar o cenário político ao convocar seus apoiadores para uma manifestação no próximo dia 16 de março contra o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. A convocação acontece em um momento de crescente insatisfação popular com a atual gestão, refletida nos mais recentes números de aprovação do presidente. Segundo pesquisa divulgada, a popularidade de Lula caiu para apenas 24%, o pior índice registrado em todos os seus mandatos. A situação econômica, marcada por alta de preços e dificuldades financeiras para a população, tem sido um dos principais fatores para esse desgaste.
O chamamento de Bolsonaro rapidamente repercutiu nas redes sociais, com a hashtag #ForaLula ganhando força entre os usuários. O que surpreendeu muitos foi a adesão do bilionário Elon Musk à campanha. O dono da Tesla e do X (antigo Twitter) já havia criticado a administração petista em outras ocasiões, mas seu engajamento direto em uma mobilização contra Lula foi interpretado como um movimento significativo. Musk tem se posicionado frequentemente contra políticas que considera autoritárias e já manifestou preocupação com a liberdade de expressão no Brasil.
A convocação de Bolsonaro ocorre em meio a um cenário político conturbado, com a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar possíveis interferências do governo dos Estados Unidos nas eleições brasileiras. A chamada CPI da Usaid, que examina o papel da agência americana no processo eleitoral, já conta com mais de 100 assinaturas de parlamentares. A investigação tem potencial para desgastar ainda mais a relação entre os governos de Biden e Lula, que já enfrentaram atritos em diversas ocasiões.
A insatisfação popular vem sendo amplamente debatida em grupos e fóruns de discussão online, onde eleitores que votaram em Lula expressam decepção com os rumos do governo. O aumento no custo de vida, a falta de soluções para problemas econômicos e o sentimento de que promessas de campanha não estão sendo cumpridas alimentam esse descontentamento. Especialistas apontam que a queda na aprovação do presidente pode influenciar diretamente o cenário eleitoral de 2026, onde Bolsonaro segue sendo uma figura central na oposição.
A manifestação de 16 de março promete ser um termômetro importante para medir a força do ex-presidente e o nível de insatisfação da população. Aliados de Bolsonaro acreditam que o evento pode demonstrar que a oposição está mobilizada e preparada para enfrentar Lula nos próximos anos. Enquanto isso, o governo tenta minimizar os impactos da pesquisa e reforçar sua base de apoio, apostando em programas sociais e medidas econômicas para recuperar a popularidade.
O engajamento de Elon Musk adiciona um elemento inesperado à disputa política brasileira. Suas declarações frequentemente geram grande repercussão, e sua influência nas redes sociais pode contribuir para amplificar o movimento contra o governo. A relação entre Musk e o Brasil já foi marcada por momentos de tensão, especialmente quando o empresário criticou ações do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral em relação à moderação de conteúdos nas plataformas digitais.
Diante desse cenário, o Brasil se vê novamente polarizado, com a oposição ganhando fôlego e o governo tentando conter os danos. A CPI da Usaid pode trazer novos desdobramentos, enquanto a manifestação do dia 16 será observada de perto tanto por aliados quanto por adversários políticos. Com a queda na popularidade de Lula e o fortalecimento da oposição, os próximos meses prometem ser decisivos para o futuro do país.