Bolsonaro bateria Lula e Haddad no 2º turno em 2026, diz pesquisa

Gustavo Mendex


Levantamento da CNT aponta cenário acirrado na eleição presidencial


A corrida presidencial de 2026 já movimenta o cenário político brasileiro. Uma nova pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT), divulgada nesta terça-feira (25), indica que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) venceria tanto o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quanto o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), em um eventual segundo turno. Os dados apontam que, apesar de numericamente à frente, Bolsonaro estaria tecnicamente empatado com os adversários devido à margem de erro.


A pesquisa ouviu 2.002 eleitores entre os dias 19 e 23 de fevereiro e tem margem de erro de 2,2 pontos percentuais. O levantamento reforça a polarização da disputa, além de destacar o impacto da inelegibilidade de Bolsonaro, que segue impedido de concorrer até 2030 após condenação pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).


Bolsonaro lidera em cenários de segundo turno


Nos principais cenários testados, Bolsonaro aparece como favorito, mas dentro da margem de erro. Contra Lula, o ex-presidente tem 43,4% das intenções de voto, enquanto o petista aparece com 41,6%. Já em uma disputa contra Haddad, Bolsonaro teria 43,1%, enquanto o atual ministro da Fazenda registraria 39,4%.


Esses números indicam que Bolsonaro mantém uma base eleitoral sólida, mesmo após sua inelegibilidade. No entanto, a margem de erro da pesquisa impede que se afirme com certeza que ele venceria esses embates, já que a diferença entre os candidatos pode variar dentro do limite estatístico.


Cenário eleitoral segue polarizado


Além da disputa entre Bolsonaro e os nomes do PT, a pesquisa da CNT testou outros cenários. Em um eventual confronto entre Lula e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o presidente teria 41,2% das intenções de voto, contra 40,7% do aliado de Bolsonaro.


Já um embate entre Tarcísio e Haddad indicaria um cenário ainda mais equilibrado: o governador paulista teria 38,3% contra 37,3% do petista. Esses resultados mostram que a eleição presidencial de 2026 pode repetir o tom acirrado das disputas anteriores, com a direita e a esquerda disputando voto a voto.


Inelegibilidade de Bolsonaro e impacto na corrida eleitoral


Apesar do desempenho positivo na pesquisa, Bolsonaro enfrenta um obstáculo significativo: sua inelegibilidade. Em 2023, o TSE condenou o ex-presidente por abuso de poder político e uso indevido da máquina pública, tornando-o inelegível até 2030. Dessa forma, a menos que a decisão seja revertida, Bolsonaro não poderá disputar a eleição de 2026.


Essa condição jurídica abre espaço para que outros nomes da direita sejam testados. Entre eles, Tarcísio de Freitas se destaca como um dos principais herdeiros do bolsonarismo. Caso Bolsonaro permaneça impedido de concorrer, é possível que o governador paulista seja o principal representante do grupo político na eleição presidencial.


Processos contra Bolsonaro podem influenciar o cenário


Além da inelegibilidade, Bolsonaro enfrenta investigações no Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-presidente é alvo de inquéritos que apuram suposta tentativa de golpe de Estado e outros casos envolvendo sua gestão.


Se essas investigações resultarem em novas condenações, o impacto na sua base eleitoral pode ser significativo. Ainda assim, a pesquisa mostra que Bolsonaro mantém apoio expressivo, mesmo com os processos em andamento.


Direita busca alternativas para 2026


Com Bolsonaro inelegível, a direita precisará encontrar um candidato competitivo para manter sua força eleitoral. Tarcísio de Freitas e o ex-ministro da Infraestrutura, Ciro Nogueira, aparecem como opções dentro do campo bolsonarista.


Além deles, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), também é citado como possível candidato. A escolha do nome que representará esse grupo político dependerá da conjuntura dos próximos anos e do posicionamento de Bolsonaro sobre o assunto.


Esquerda tenta consolidar nome para sucessão de Lula


No campo da esquerda, Lula ainda não indicou quem será seu sucessor natural. O nome mais cotado é Fernando Haddad, que já disputou a eleição presidencial de 2018 contra Bolsonaro e atualmente comanda o Ministério da Fazenda.


No entanto, outros nomes dentro do PT e da base governista podem surgir. O ministro da Justiça, Flávio Dino, e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), são figuras que podem ganhar espaço dependendo do cenário político.


Conclusão: eleições de 2026 prometem disputa acirrada


A pesquisa da CNT reforça que a disputa presidencial de 2026 será intensa. Com Bolsonaro liderando em cenários de segundo turno, mas inelegível, o futuro da direita ainda é incerto. Já a esquerda busca consolidar um nome forte para dar continuidade ao projeto de Lula.


Faltando mais de um ano para o início da campanha, muitas mudanças podem ocorrer no cenário político. O desempenho do governo Lula, o desenrolar dos processos contra Bolsonaro e a definição dos candidatos serão fatores determinantes para o resultado da eleição.

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