O ex-presidente Jair Bolsonaro solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a liberação de seu passaporte para que possa comparecer à posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos. A cerimônia de posse, marcada para o próximo dia 20 de janeiro, contará com a presença do ex-presidente americano e seu vice, o senador J.D. Vance. Bolsonaro recebeu o convite para o evento e, para poder viajar até Washington, acionou a Justiça Brasileira, já que seu passaporte foi apreendido em fevereiro de 2024, devido às investigações sobre um possível envolvimento em um golpe de estado no Brasil.
A informação foi confirmada por Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente e deputado federal pelo PL de São Paulo. Segundo ele, o advogado de Bolsonaro, Paulo Bueno, já enviou a petição ao STF pedindo a autorização para que o ex-presidente possa sair do país e participar da cerimônia de posse. O pedido surge em meio a um cenário tenso para o ex-presidente, que tem enfrentado restrições de viagens devido a investigações judiciais no Brasil.
A apreensão do passaporte de Bolsonaro foi uma medida determinada pela Justiça, como parte das investigações sobre os eventos que culminaram no ataque ao Congresso Nacional em janeiro de 2023, quando milhares de apoiadores do ex-presidente invadiram as sedes dos Três Poderes, em Brasília, em uma tentativa de reverter o resultado da eleição que o derrotou nas urnas. O ex-presidente e outras figuras ligadas a ele foram implicados nas investigações que tratam sobre o suposto planejamento e organização desse golpe.
Recentemente, o STF liberou Bolsonaro para participar de compromissos pessoais, como o velório e a missa de sétimo dia da mãe de Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL, e também para encontros com outros aliados políticos. Essas autorizações ocorrem dentro do contexto de um inquérito mais amplo, que investiga possíveis crimes relacionados ao ataque de 2023 e outras tentativas de desestabilização do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
No entanto, o convite para a posse de Trump, que ocorre em um momento significativo para o ex-presidente brasileiro, é visto como uma oportunidade para Bolsonaro retomar sua agenda internacional e marcar uma posição política no cenário global. Trump e Bolsonaro compartilham uma forte relação política, com ambos sendo figuras proeminentes da direita populista em seus respectivos países.
O pedido de Bolsonaro ao STF ocorre dentro de um ambiente político em que o ex-presidente busca recuperar sua imagem e estabelecer novas conexões internacionais. A participação na posse de Trump pode representar uma oportunidade para fortalecer sua posição política, especialmente considerando que ele já demonstrou apoio ao ex-presidente dos Estados Unidos em várias ocasiões. A situação é complexa, pois, ao mesmo tempo em que Bolsonaro tenta retomar sua liberdade de movimento, o processo judicial continua a avançar no Brasil.
O ex-presidente, que tem sido alvo de críticas por sua condução do governo e pelas controvérsias envolvendo seu comportamento político e pessoal, enfrenta um cenário de desafios jurídicos que podem afetar sua carreira política. No entanto, ele segue tentando manter sua base de apoio e sua relevância política, tanto no Brasil quanto internacionalmente.
A posse de Trump será um evento importante para os Estados Unidos e para o ex-presidente brasileiro, que espera, com isso, reforçar sua rede de contatos e influenciar discussões políticas no cenário internacional. A autorização do STF para que Bolsonaro possa viajar para a cerimônia será um momento decisivo para ele, tanto em termos políticos quanto pessoais. O ex-presidente segue aguardando a decisão do Supremo, que poderá alterar o rumo de sua agenda nos próximos meses.
Enquanto isso, o Brasil continua monitorando de perto as movimentações de Bolsonaro, especialmente em relação às investigações que estão em andamento. O desdobramento dos processos judiciais e a questão do passaporte são aspectos centrais na situação política atual do ex-presidente, que ainda mantém uma base significativa de apoio entre seus aliados e eleitores.