O senador Marcos do Val, em uma declaração contundente, reafirmou sua posição sobre o que considera uma perseguição política por parte do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o parlamentar, ele vem sendo alvo de ações injustas e violadoras de seus direitos, em particular, a suspensão de seu passaporte diplomático, uma medida que ele considera ilegal. O senador argumenta que a suspensão, decidida por Moraes, impede sua participação em eventos internacionais e viola, inclusive, normas e acordos internacionais que regem a concessão e utilização de passaportes diplomáticos.
Em suas declarações, Marcos do Val criticou abertamente a ação do ministro, afirmando que a medida é uma tentativa clara de impedir sua presença em um evento importante em Washington, nos Estados Unidos, que ocorreu na terça-feira, 3 de dezembro. O evento, voltado para discussões sobre segurança e inteligência, abordou questões cruciais como o tráfico humano e o terrorismo, temas sensíveis para diversos países ao redor do mundo. O senador, que participa desse evento desde 2019, enfatizou que sua presença é significativa para o debate e a construção de soluções globais para problemas tão urgentes.
"Ele [Alexandre de Moraes] quis evitar que eu estivesse amanhã [terça-feira] em Washington, nesse evento de que eu participo desde 2019, que é um evento de senadores, na área de inteligência, focado na questão de tráfico humano, terrorismo e todas as questões mais sensíveis de cada país", afirmou Marcos do Val, demonstrando indignação com a situação. Ele questionou a motivação de Moraes para tomar uma decisão que, segundo ele, não tem fundamento jurídico e está totalmente fora do contexto do evento, que nada tem a ver com o ministro ou suas ações.
O senador também criticou a postura de Moraes, destacando que a suspensão de seu passaporte diplomático é uma medida de caráter pessoal, com o objetivo de prejudicar sua atuação política e sua participação em eventos internacionais de relevância. Para Marcos do Val, o fato de um membro do Supremo Tribunal Federal tomar tal decisão demonstra uma postura autoritária e desrespeitosa para com os direitos de um parlamentar, eleito democraticamente.
Além disso, o senador insinuou que essa ação de Alexandre de Moraes faz parte de uma estratégia mais ampla de perseguição política que visa atingir membros do campo político adversário, especialmente aqueles ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro. De acordo com Marcos do Val, a medida contra ele se insere em um contexto maior de ataque a figuras políticas que fazem oposição ao governo atual. Ele acredita que o objetivo final dessa perseguição é prender Bolsonaro, um movimento que, segundo ele, não se baseia em fundamentos legais, mas sim em um desejo de silenciar qualquer voz dissidente.
O senador também fez questão de destacar que o evento em Washington, onde ele seria um dos participantes, possui relevância internacional. A discussão sobre tráfico humano, terrorismo e questões sensíveis de segurança é crucial para o fortalecimento de políticas globais de combate a essas práticas, e a sua ausência foi considerada por ele como uma perda significativa para as discussões que envolvem a cooperação entre os países. Marcos do Val afirmou que sua participação nesse evento é importante, não apenas para o Brasil, mas também para o desenvolvimento de soluções para problemas que afetam diversas nações ao redor do mundo.
A ação de Alexandre de Moraes foi duramente criticada por outros parlamentares e aliados de Marcos do Val, que também veem nela uma tentativa de cercear a atuação política do senador e de outros opositores do governo atual. A medida, que gerou indignação entre membros da oposição, é vista como um reflexo do ambiente político tenso e polarizado que vem se intensificando no Brasil nos últimos anos.
Para muitos, essa situação reflete um clima de crescente autoritarismo no país, com ações que, embora justificadas sob a ótica da legalidade e da ordem pública, acabam por impactar a liberdade de expressão e a atuação política de opositores. O caso de Marcos do Val se soma a outros episódios de confrontos entre o Supremo Tribunal Federal e membros da oposição, levantando questões sobre o equilíbrio de poderes e os limites da atuação do Judiciário.
Enquanto isso, a discussão sobre o caso deve seguir nos próximos dias, com mais manifestações políticas e jurídicas sobre a legalidade da suspensão do passaporte diplomático do senador e sobre os possíveis desdobramentos da situação. Para Marcos do Val, a luta contra o que considera uma perseguição política continua, e ele promete seguir defendendo sua liberdade e direitos em todos os fóruns possíveis.