Bolsonaro expõe atitude perversa e inaceitável do chefe da PF

Gustavo Mendex


 O ex-presidente Jair Bolsonaro fez duras críticas ao atual governo após o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, excluir o jornal "Folha de S.Paulo" de uma coletiva de imprensa. O episódio gerou uma reação imediata de Bolsonaro, que, por meio das redes sociais, denunciou o que considerou um ataque à liberdade de imprensa no Brasil. Segundo ele, apesar de frequentemente ser acusado de fascismo e autoritarismo durante seu mandato, sempre defendeu a liberdade de imprensa, mesmo discordando da linha editorial de alguns veículos, como a "Folha", e criticando suas reportagens. Bolsonaro destacou que, ao contrário do que está ocorrendo no governo atual, nunca impediu a participação de qualquer meio de comunicação nos eventos da sua gestão.


O ex-presidente também fez uma comparação entre os tempos de seu governo e os atuais, acusando o governo do "amor" e da "democracia" de tomar atitudes que, segundo ele, são incompatíveis com os princípios democráticos. Para Bolsonaro, o ato de excluir a "Folha" de uma coletiva é um reflexo de um ataque sistemático às liberdades fundamentais, como a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa. "Hoje, no governo do 'amor' e da 'democracia', a 'Folha' é proibida de participar de coletivas, pessoas são presas por opiniões, deputados são indiciados por suas falas, e o escrutínio da imprensa é evitado a todo custo", escreveu Bolsonaro.


Ele também criticou a postura daqueles que se dizem defensores das instituições democráticas, acusando-os de fingirem não ver o que está acontecendo no país. Para ele, o governo atual e seus apoiadores estão realizando um "teatro" para enganar a população, ao mesmo tempo em que desrespeitam os direitos e garantias constitucionais. Bolsonaro alertou para o que considera um processo de relativização das garantias mais importantes da Constituição, como a imunidade parlamentar, a soberania popular, e até mesmo os direitos dos religiosos, como o sigilo sacerdotal.


O ex-presidente ressaltou que, ao contrário do que muitos alegam, o Brasil está, sim, vivenciando um momento de ataques à democracia, que afetam não apenas a liberdade de imprensa, mas outras liberdades fundamentais. A sua crítica se estendeu ainda à "carta pela democracia", assinada por diversos setores da sociedade, que, segundo Bolsonaro, não está atenta ao que está acontecendo no país. "Talvez os signatários da carta pela democracia não estejam prestando atenção, mas nós estamos e o resto dos brasileiros também", afirmou ele.


Bolsonaro fez um alerta à população, afirmando que não se pode mais assistir com indiferença ao que está ocorrendo. Para ele, a destruição das liberdades no Brasil é uma ameaça real e irreversível. "Se deixarmos nossas liberdades serem destruídas agora, nos arrependeremos amargamente no futuro", concluiu. Suas palavras refletiram uma crítica contundente às atitudes que considera autoritárias e que, segundo ele, não têm lugar em um regime democrático.


O episódio da exclusão do jornal "Folha de S.Paulo" de uma coletiva de imprensa não foi um incidente isolado, mas parte de um contexto maior de tensões entre o governo e a mídia no Brasil. Nos últimos meses, críticas à atuação da imprensa se intensificaram, e a relação entre o poder executivo e alguns meios de comunicação tem sido marcada por episódios de hostilidade e confronto. O caso da "Folha" gerou um intenso debate público sobre os limites da liberdade de imprensa no país e sobre o papel dos jornalistas no cenário político atual.


O discurso de Bolsonaro, apesar de ser uma crítica direta ao governo, também foi um convite à reflexão sobre o papel da mídia na democracia e sobre os perigos de uma maior centralização do poder. A reação do ex-presidente pode ser vista como uma tentativa de se posicionar como defensor das liberdades, em contraste com o governo atual, que, segundo ele, estaria minando os direitos fundamentais dos cidadãos brasileiros. Em um momento de polarização política e social no país, o debate sobre a liberdade de imprensa e a liberdade de expressão continua a ser um dos principais pontos de discórdia entre diferentes grupos políticos e sociais.
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